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Milhafre-preto Milvus migrans (Boddaert, 1783)
Ordem: Accipitriformes | Família: Accipitridae | Politípica (7 subespécies)


Indivíduo adulto (subespécie M. m. migrans). Parque N. Monfrague/Espanha. Foto: Willian Menq

Gavião migratório presente em toda Europa, Ásia e África. Aparece como vagante no Brasil, conta com um único registro no Arquipélado de São Pedro e São Paulo, na costa nordestina. Em sua área de ocorrência é normalmente observado voando em pequenos grupos, mas pode aglomerar-se em centenas de indivíduos durante revoadas de gafanhotos ou durante migrações.


Descrição:
Mede de 44-56 cm de comprimento, peso de 630-928 g (macho) e 750-1080 g (fêmea) (Orta et al. 2016). Plumagem predominantemente marrom-avermelhada, cabeça e pescoço pálido, cauda marrom levemente bifurcada. Jovem apresenta coloração mais clara, com dorso e ventre estriados de marrom-pardo. Os indivíduos europeus são menores, enquanto que os do sul da Ásia são maiores com fêmeas ultrapassando 1 kg (Ferguson-Lees & Christie 2001).

A subespécie registrada no Brasil é a M. m. migrans, que pode ser facilmente confundido com o milhafre-real (Milvus milvus), diferenciando-se principalmente pela cauda marrom (ao invés de avermelhada) e menos bifurcada, além das estrias escuras menos marcadas/densas no ventre.

Dieta e comportamento de caça: Oportunista, alimenta-se de lagartos, pequenos mamíferos, aves e insetos. Captura animais moribundos ou doentes, animais atropelados, vasculha praias atrás de peixes mortos, visita lixões e matadouros. Também segue queimadas em busca de animais mortos ou afugentados pelas chamas. Costuma forragear em bando, por vezes roubando presas de outras aves de rapina (Ferguson-Lees & Christie 2001; Orta et al. 2016).

Reprodução: Constrói o ninho no alto de árvores, penhascos ou até em sacadas de prédios e postes de eletricidade. Também pode usar ninhos abandonados de outras espécies. Coloca de 2 a 3 ovos, com período de incubação de 26-38 dias. Os filhotes tornam-se independentes após dois meses (Ferguson-Lees & Christie 2001).

Distribuição e subespécies:
De ampla distribuição, ocorre na África, Europa, Ásia, Médio Oriente e Austrália. É parcialmente migratório, as populações que vivem em regiões quentes são residentes enquanto as de regiões temperadas são migratórias (Orta et al. 2016).

São reconhecidas sete subespécies, M. m. migrans (Boddaert, 1783), M. m. govinda (Sykes, 1832), M. m. formosanus (Nagamichi Kuroda, 1920), M. m. affinis (Gould, 1838), M. m. lineatus (JE Gray, 1831), M. m. aegyptius (JF Gmelin, 1788) e M. m. parasitus (Daudin, 1800).

Ocorrência no Brasil: Nunes et al. (2015) registraram um único indivíduo (M. m. migrans) no Arquipélago de São Pedro e São Paulo/PE, localizado a aproximadamente 1.100 km da costa nordestina. O indivíduo permaneceu na ilha por 32 dias, desaparecendo no final da estação chuvosa. Segundo os autores, o indivíduo aparentava estar saudável e foi observado predando filhotes de aves marinhas. Provavelmente a espécie saiu de sua rota migratória devido aos fortes ventos SW, responsáveis pelo deslocamento de várias outras aves do Velho Mundo para os arquipélagos do Atlântico equatorial oeste.

Habitat e comportamento: Provavelmente uma das aves de rapina mais comuns do mundo, ocorre em uma grande variedade de habitats, desde florestas, matas de galeria, savanas, pastagens até áreas urbanas. É normalmente observado voando em pequenos grupos, mas pode aglomerar-se em centenas de indivíduos durante revoadas de gafanhotos ou durante a migração. No Butão, a subespécie M. m. govinda é abundante em áreas urbanas e rurais, enquanto que M. m. lineatus é mais relacionado a áreas montanhosas (Ferguson-Lees & Christie 2001; Orta et al. 2016).

 

:: Página editada por: Willian Menq em Abr/2018. ::

 


Referências:

Ferguson-Lees, J. & D. A. Christie (2001) Raptors of the World. New York: Houghton Mifflin Company.

Nunes, G. T., Hoffmann, L. S.; Macena, B. C. L.; Bencke, G. A. & Bugoni, L. (2015) A Black Kite Milvus migrans on the Saint Peter and Saint Paul Archipelago, Brazil. Revista Brasileira de Ornitologia, 23(1), 31-35.

Orta, J., Christie, D.A. & Garcia, E.F.J. (2016). Red Kite (Milvus milvus). In: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona. (retrieved from http://www.hbw.com/node/52977 on 3 February 2016).

 

Citação recomendada:

Menq, W. (2018) Milhafre-preto (Milvus migrans) - Aves de Rapina Brasil. Disponível em: < http://www.avesderapinabrasil.com/milvus_migrans.htm > Acesso em: .



 
 

Distribuição Geográfica:

Status: (NA) Não aplicável

Chamado (gravado por: Guido O. Keijl)
By: xeno-canto.



Indivíduo subadulto no lixão de
Guwahati/Índia, Fevereiro de 2016.
Foto:
Fabio Olmos
 

Indivíduo adulto.
Dehradun/Índia, Março de 2018.
Foto:
Maria Cristina Roamin
 

Indivíduo jovem.
Dehradun/Índia, Março de 2018.
Foto:
Sunal Kumar Roamin
 

Indivíduo adulto.
Valência/Espanha, Abril de 2016.
Foto: Willian Menq
 

Casal adulto copulando.
Dehradun/Índia, Março de 2018.
Foto:
Maria Cristina Roamin