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Águia-serrana Geranoaetus melanoleucus (Vieillot, 1819)
Ordem: Accipitriformes | Família: Accipitridae | Politípica (2 subespécies)


Indivíduo adulto. Dom Pedrito/RS. Foto: Rafael Balestrin

A águia-serrana, também conhecida como águia-chilena, é uma poderosa ave de rapina encontrada em boa parte do Brasil. Gosta de habitar áreas montanhosas e campestres, onde é frequentemente observada planando. Generalista, caça desde aves, serpentes até pequenos mamíferos. Também chamada de gavião-pé-de-serra.


Descrição:
Mede de 62-69 cm de comprimento, envergadura de até 2 m, e peso médio de 1.600 g (macho) e 3.000 g (fêmea) (Márquez et. al 2005). Adulto possuí dorso cinza-escuro, coberteiras finamente barradas de preto. A cabeça e o pescoço de mesma coloração do dorso, partes inferiores brancas. O jovem apresenta plumagem marrom-escuro com partes inferiores mescladas de castanho, similar ao jovem de Geranoaetus albicaudatus, diferenciando-se principalmente pela silhueta.

Dieta e comportamento de caça: Caça principalmente aves, cobras, lagartos e pequenos mamíferos, podendo comer carniça ocasionalmente (Sick, 1997). Em muitas áreas, o pombo-doméstico (Columba livia) parece ser um importante item alimentar da espécie. Na Colômbia sua presa favorita são lebres do gênero Sylvilagus e eventualmente patos, répteis e insetos. Márquez et al (2005) descreve que a águia-serrana em suas atividades de caça, costuma voar geralmente a 40-50 metros do solo para detectar a presa para então descer rapidamente até ela.

Reprodução: Na época de reprodução realiza o macho executa diversos voos nupciais. Constrói o ninho em escarpas rochosas com galhos secos, colocando de 1 a 3 ovos com período de incubação de 30 dias (Márquez et al, 2005). Neste período a fêmea permanece no ninho incubando e cuidando dos filhotes, enquanto o macho fica responsável na captura de presas. Os filhotes são alimentados durante 4 ou 5 meses de vida, após esse período se dispersam da área. A espécie pode reaproveitar o mesmo ninho por vários anos consecutivos.


Fêmea adulta e jovem (à direita).
Santa Cruz do Capibaribe/PE, Maio de 2015.
Foto: Jonathas Souza

Indivíduo adulto e jovem no ninho. Serra da
Canastra, Minas Gerais. Outubro de 2006.
Foto: Geiser Trivelato

Salvador-Junior et al. (2008) realizaram observações em um ninho no município de Belo Horizonte/MG. Apesar de ambos os sexos participarem de todas as atividades relacionadas ao ciclo reprodutivo, estes exerceram papéis diferenciados durante o decorrer do mesmo, estando à fêmea associada a maior dedicação na incubação e no cuidado parental e o macho na captura da maioria das presas.O sucesso reprodutivo foi de apenas um filhote, que abandonou o ninho em definitivo com 56 dias de vida. A dieta foi composta principalmente por pombos-domésticos, refletindo desta maneira, um acentuado oportunismo trófico na área de estudo (Salvador-Junior et al. 2008).

Distribuição e subespécies: Ocorre desde as Cordilheira dos Andes até o sul da Argentina, incluindo quase todo o Brasil (exceto região norte) (Sick, 1997). São conhecidas duas subespécies:

  • G. m. australis: Venezuela, Cordilheira dos Andes até a terra do fogo.
  • G. m. melanoleucus: Brasil até Bolívia, Paraguai, norte da Argentina e Uruguai.


Habitat e comportamento:
Habita montanhas, savanas e campos naturais, podendo sobrevoar áreas urbanas. Frequentemente observada pousada em mourões de cerca, postes na beira de rodovias e no alto de torres de linhas de transmissão. Durante o período reprodutivo são bastante territoriais, defendem a área do ninho contra qualquer intruso que se aproximar, incluindo outros rapinantes grandes e até pessoas.

Movimentos: Espécie residente.


:: Página editada por: Willian Menq em Fev/2018. ::



Referências:

Blake, E. R. (1977) Manual of Neotropical Birds. The University of Chicago Press. Chicago and London.
674 páginas.

Ferguson-Lees, J. e D. A. Christie (2001) Raptors of the World. New York: Houghton Mifflin Company.

Márquez, C., Gast, F., Vanegas, V. & M. Bechard. (2005) Aves Rapaces Diurnas de Colombia. Bogotá: Instituto de Investigación de Recursos Biológicos Alexander von Humboldt. 394 p

Salvador-Junior, L. F.; Salim, L. B.; Pinheiro, M. S.; Granzinolli, M. A. (2008) Observations of a nest of the Black-chested Buzzard-eagle Buteo melanoleucus (Accipitridae) in a large urban center in southeast Brazil. Revista Brasileira de Ornitologia, 16(2):125-130.

Sick, H. (1997) Ornitologia brasileira. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 862p.

Zorzin, G., C.E.A. Carvalho, and E.P.M. Carvalho Filho. (2007) Breeding biology, diet, and distribution of the Black-chested Buzzard-eagle (Geranoaetus m. melanoleucus) in Minas Gerais, southeastern Brazil. Pp. 40-46 in K.L Bildstein, D.R. Barber, and A. Zimmerman (eds.), Neotropical raptors. Hawk Mountain Sanctuary, Orwigsburg, PA.

Site associado: Global Raptor Information Network

 



Citação recomendada:

Menq, W. (2018) Águia-serrana (Geranoaetus melanoleucus) - Aves de Rapina Brasil. Disponível em: < http://www.avesderapinabrasil.com/buteo_melanoleucus.htm > Acesso em: .



 
 

Distribuição Geográfica:

Status: (LC) Baixo risco

Chamado (gravado por: Caio Brito)
By: xeno-canto.




Indivíduo adulto.
Dom Pedrito/RS, Maio de 2016.
Foto:
Rafael Balestrin
 

Indivíduo jovem.
Afonso Cláudio/ES. Ja. 2012.
Foto:
Mario Candeias
 

Indivíduo subadulto.
Tibagi/PR. Junho de 2015.
Foto: Willian Menq
 

Indivíduo jovem.
Lavras do Sul/RS, Janeiro 2016.
Foto: José Paulo Dias
 

Casal adulto. Uruguaiana/RS,
Setembro de 2011.
Foto:
Gina Bellagamba
 

Indivíduo adulto.
Dom Pedrito/RS, Maio 2016.
Foto:
Rafael Balestrin
 

Casal adulto. Lavras do Sul/RS,
Janeiro de 2016.
Foto: José Paulo Dias
 

Indivíduo adulto.
Lavras do Sul/RS, Janeiro 2016.
Foto: José Paulo Dias
 

Indivíduo adulto. Corrientes
(Argentina), Fevereiro de 2015.
Foto:
Maria Albers